segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Panóplia essencial

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Este é um ditado muito popular e que tem todo o sentido, principalmente para aqueles que vão evoluindo à medida que o tempo vai passando. Com as vontades vão também outras coisas. Coisas essas que antes, ao olharmos para elas, nos pareciam fundamentais à nossa sobrevivência e que hoje constituem uma minúscula parte daquilo a que chamamos vida. Não as posso desvalorizar, porque foi com elas que aprendi quando errei. É engraçado olhar para trás e ver como tudo muda à velocidade da luz. O que ontem era crucial, hoje é desnecessário!
Os sonhos são maiores, a ambição também e o bichinho que temos cá dentro torna-se cada vez mais insuportável com o desejo de sair cá para fora! Talvez seja por isso que as pessoas vão mudando as suas perspectivas de vida, desmoronando as antigas e ganhando novas virtudes que quase nunca ninguém entende.
Infelizmente, a corrente do tempo também arrasta da nossa praia aqueles amigos que pensámos que seriam de uma vida. Uns vão, outros vêm. Mas não era melhor se pudéssemos ficar com todos? Até parece um pouco injusto, mas na realidade é a escolha acertada que o nosso destino faz por nós sem nos consultar. Os dispensáveis irão todos nessa corrente e os mais fortes e verdadeiros hão-de conseguir sempre resistir-lhe... vale mais poucos e bons que muitos e que nem uma lágrima podem enxugar!
São momentos dificeis e de decepção que, adicionados a todos os outros pedaços que nos compõem, formam a nossa essência, o nosso carácter.
Enfim, é tudo uma panóplia de coisas que nos fazem sentir vivos! E é mesmo assim que temos que enfrentar a vida, ainda que não tenhamos muitos motivos para seguir sorrindo. Mas, não nos esqueçamos que é sorrindo que a tornamos mais colorida, mesmo quando vemos tudo a preto e branco! É possível que assim possa surgir algo ou alguém que com um simples olhar nos dê toda a força que necessitamos para realizar o que pensámos impossível!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Velha Infância

"Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não Te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito
Eu gosto de você
E gosto De ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor
E a gente canta
E a gente dança
E a gente não Se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância
Seus olhos, meu clarão
Me guiam
Dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só
Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher De beijos
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito
Eu gosto de você
E gosto De ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor
E a gente canta
E a gente dança
E a gente não Se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância
Seus olhos, meu clarão
Me guiam
Dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só
Você é assim
Um sonho pra mim
Você é assim
Você é assim
Um sonho pra mim
Você é assim
Você é assim
Um sonho pra mim
Você é assim"

Tribalistas =)

domingo, 1 de novembro de 2009

Para nunca mais mentir

"Para ver
Para dar
Para estar
Para ter
Para ir
Pra ouvir,
Pra sorrir e entrar
Para rir
Pra voltar a tentar
Pra sentir
E mudar
Pra voltar a cair
Para me levantar
Para nunca mais tentar
Mentir
Pra crescer
Para amar
Para ser
O lugar pra viver
E gostar
De gostar
De viver
Pra fugir
Pra mostrar
Pra dizer
Pra ter paz
Pra dormir
Pra fingir acordar
Para ser
Derramar
Para nunca mais tentar
Mentir"
Ornatos Violeta

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Hipocrisia, nada mais.

Realidade hipócrita, nada mais.
Feitiços lançados como canções de embalar, nada mais.
Mentiras começadas, nada mais.
A única pessoa numa multidão, nada mais.
Ressaca de sentimentos, nada mais.
Dias vazios, nada mais.
Lutas entre anjos, nada mais.
Desilusões em dias de glória, nada mais.
Viagens por mundos perdidos, nada mais.
Realidade hipócrita esta em que vivemos.
Em que todos procuramos um lugar, o nosso lugar.
Lugar hipócrita, numa realidade hipócrita, nada mais.
É a melhor qualidade que se lhe pode atribuir.
Mundo, um todo hipócrita que nos ensina a viver hipocritamente.
Onde encontramos sempre alguém que goste de nós... até que o tempo passe.
Hipócritas, nada mais.
Tudo trancende aquilo que esperamos, sempre.
O sincero, o humilde, o modesto, nada mais é tão hipócrita.
Uma vida de experiências não chega para a experiência da vida.
Homens e Mulheres hipócritas que aprendem a sobreviver hipocritamente neste planeta hipócrita.
Nada é como pensamos, tudo muda de segundo para segundo.
Quem disse que este texto não é hipocrisia pura? Amanhã já foi ultrapassado por outra ideia completamente hipócrita.
Enorme revolta com o mundo, porém hipócrita.
Nada mais...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ontem, Hoje e Amanhã



Passado, Presente e Futuro. É engraçado como de vez em quando se misturam. E ainda é mais engraçado como o ser humano os tenta separar a todo o custo quando eles são um todo. Jamais se separarão, nem mesmo quando teimamos em proferir "É Passado".
Como podem factos tão banais marcarem tanta diferença? Assim nos lembramos, sempre demasiado tarde, que afinal poderíamos ter rido mais alto, que poderíamos ter apertado mais o abraço, que poderíamos ter chorado menos e que apenas poderíamos ter vivido mais.
No entanto, determinados momentos só podem acontecer na altura certa. O Homem não sabe lidar com o precoce. Nunca soube. Precisa de analisar, de estudar.
E quando nos deparamos com aqueles cruzamentos que não têm as setas para nos indicar o caminho que desejamos? Nada é perfeito. Até a vida se esqueceu de preparar o mapa para não nos perdermos.
O Tempo passa. E não são apenas os ponteiros do relógio que se mexem. Com eles vão as lágrimas que teimam em cair, aqueles sorrisos que nos marcam para sempre e até o modo bonito como aquela pessoa nos diz um simples "Amo-te". São momentos que, num segundo, se transformam em pedra.
São vinte anos de recordações. Tantos sonhos, tantas estrelas, tantas avenidas, tanta ânsia, tantas pessoas, tantas portas. Agora, apenas lembranças que assombram os meus pensamentos. Já não voltam. Não querem voltar. E o tempo não deixa.
Resta apenas o que há-de vir. E é tão pouco!



segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fúria de viver

Hoje decidi não pensar em nada. Simplesmente nada. Vou escrever apenas as palavras que me assaltarem o sentido e deixar-me levar. Já não tenho vontade de ver estas páginas molhadas pelas lágrimas que por tantos e nenhuns motivos se apoderam das minhas palavras, não quero inventar mais ruas que me conduzam apenas à tristeza ou ao dramatismo. Porque as antigas paixões voltaram vigorosas para me libertarem deste pessimisto que me segue em vez da sombra. São elas que me fazem olhar o mundo da maneira que é. São elas que agora me alimentam e me fazem aguentar a paz belicamente incessante da planície dourada.
Nem sempre se tem que sorrir, nem sempre se tem que chorar, mas o olhar determinado tem que estar sempre presente.
Que volte a fúria de viver!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Abraça-me


O medo foi embora. Agora sou apenas eu. Porque permaneces no silêncio? Porque te escondes debaixo desse véu? Não quero mais contar os dias, nem as horas e nem os minutos ou os segundos. Não podes simplesmente abraçar-me? A solidão é tão fria e tu demoras tanto. Porque demoras tanto? Porque não me encontras? Os sonhos parecem cada vez mais irreais sem ti. O que custa olhares-me nos olhos? Não durmas. Não me esqueças, não me esqueças e faz com que eu sorria cada vez que pense em ti. Mas que belo mundo é este se não existes? Quero provar da imperfeição desta vida, quero que me faças iluminar-te com o meu luar. Leva-me apenas contigo no teu barco furado e abraça-me.

domingo, 5 de julho de 2009

Mundo imortalizado


Acendo o último cigarro que tenho no maço e observo que o tempo esvoaça tal como ele. Tantas e tantas aventuras vividas neste último ano. Sem dúvida, um dos melhores da minha vida!
Olhando para o que já passou, vejo os sorrisos marcados pela felicidade de outrora, as lágrimas que correram por tudo e por nada, as amizades que jamais se vão perder e até aqueles que, por momentos menos bons, assinalaram a minha forma de vida. Muita coisa se ganha, muita coisa se perde, muita coisa se aprende. Os segredos são guardados pela serra, tirando o lugar aos medos.
É como se pudesse dormir e esquecer-me da realidade, isolando para sempre este tempo e dando tudo o que tenho para dar.
Os olhares são iguais, mesmo tendo cores diferentes. Todos respiram liberdade, todos cantam o fado.
Má vida? É o que dizem muitos... é o que dizem aqueles que não sabem o que esta etapa seignifica na vida de uma pessoa. Boa vida? Até demais...
Aquilo que eu sinto é apenas um mundo que eu tento imortalizar, que eu tento levar comigo para o futuro. Hoje e sempre estará no bolso da minha alma, gritando em todos os momentos que tiver que gritar. Hoje e sempre, vou agarrar este tempo, esperando e ficando nos seus braços.
E para aqueles que "me enchem o coração e me aquecem o espírito", "tecendo cada teia dos tectos da minha cabeça aluada", obrigado por serem quem são e o que são, obrigado pelos sorrisos, obrigado pelas gargalhadas, obrigado pelas lágrimas presas nos cantos dos olhos, obrigado por aquelas que caem, obrigado por me ajudarem a apanhar as pedras que se atravessam no caminho, obrigado por fazerem parte de mim. Obrigado pelas recordações!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Reencontro

Foi estranha a sensação de te ver novamente. Ver-te ali, tão perto, e não te poder tocar, não poder reagir como sempre. Embora eu gostasse imenso, haveria e haverá sempre obstáculos entre nós.
Aquela saudade apertou tanto que quase me sufocou. Tenho demasiado orgulho para o admitir. O teu olhar continua a transmitir aquela força que sempre transmitiu. A tua presença faz-se sempre sentir, mesmo quando estás a quilómetros de mim.
Aquele encontro inesperado fez-me voltar a pensar em ti, nos nossos momentos que ficaram para sempre. Os sonhos voltaram a atormentar esta alma que, forçadamente, teve que aprender a viver sem ti, sem te ter por perto.
Ilusão ou não, o teu olhar voltou a cruzar o meu, como antigamente. E apesar da indiferença que eu tentava mostrar, o coração acelerava sempre que podia. Tenho tanta pena que tenhamos perdido a luta, que cada um tivesse seguido o seu caminho com a mágoa cravada no peito. Foste tanto para mim... hoje és o resto da paixão que ficou, és as memórias que jamais vou apagar, és a segurança que perdi. Destino este, que muda as nossas linhas sempre que quer, afastou-nos para tão longe um do outro, para mundos tão diferentes. Ainda assim, percebi o quanto continuas a bater cá fundo. Realidade perdida, talvez para sempre, levaste tudo. Mas a esperança de ser feliz ficou, contigo ou não. Saudade.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Solidão, take 2

O segredo está cada vez mais escondido. Afinal como se recomeça?
O meu mundo a preto e branco não me permite saber qual o trilho que tenho que percorrer. Não, não consigo lembrar-me do meu nome, de quem eu sou, ou pelo menos de quem fui antes de chegar aqui. É impossível repor a parte que se quebrou, é impossível revigorar este órgão que há muito deixou de bater juntamente com o de outrém. Apenas a minha sombra me segue. É ela que me faz perder a confiança em mim. É apenas ela que não me dá aquilo que necessito.
Há mais de quinhentos dias que tento recomeçar. Já recomecei uma vez, e o que ganhei com isso? Só regredi em mim mesma. Perdi o vigor que tinha até então.
Mesmo assim cheguei aqui.
«A dor é a substância da vida e a raíz da personalidade, pois somente sofrendo se é uma pessoa» já dizia o Fernando.
Já amei, tive esperança, já odiei. Agora resta-me a saudade. Saudade de tanto.
E sim, tens toda a razão «Os 'quem sabe' custam mais a passar que os 'não deu'»! Ainda assim estou viva. Um dia, a alma que possuo em mim vai deixar de ser ver apenas no espelho!

sábado, 9 de maio de 2009

Solidão



Solidão. Esta é uma das poucas palavras que restam no meu dicionário.
A única rosa que existia no jardim murchou... As pétalas vão caindo lentamente no chão, onde são despedaçadas por alguém que as pisa. O escuro apodera-se da vida desfeita e nenhum abrigo consegue refugiar o que resta desta batalha interminável. Em cada dia sem rumo, vou esperando de olhos fechados por um novo amanhecer que não seja igual aos outros. Nada bate certo neste mundo inquieto e cruel...
Fica tão difícil trocar palavras escondidas... a cumplicidade começa a desaparecer na sombra da tristeza. Hoje o espelho só me mostra o monte de nada que ficou...
Perdida nesta noite, ando à deriva pelo meio desta multidão que não me consegue ver. Na rua permanece o silêncio que penetra firmemente na minha pele... O gesto que poderia mudar algo perdeu-se no meio do vazio e já nada faz sentido. Já nada é intacto, o meu horizonte foi tapado pelo nevoeiro... o cansaço e o medo contaminam cada vez mais o sonho, há sempre qualquer coisa que sufoca e, lá fora, o vento nem sempre sabe a liberdade.
Sinto tanta falta do sabor que tem um abraço, quero esquecer a mágoa e nao consigo. O lume que tenho dentro de mim está mais fraco, já não tem calor... o vento já não sopra e o tempo corre sempre mais depressa.
Quem são estes vultos, que nem a tempestade consegue parar?
A ponte que necessito para passar para a outra margem caiu... Será que existe sempre uma maneira de recomeçar?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Boa noite!

Dormes agora tão serena... Sim porque também mereces descanso! É na esperança que a dor de amanha seja menos severa contigo que eu sinto como se tivesse ao teu lado, sofrendo contigo e beijando-te a face enquanto sonhas. Fica no meu abrigo e aperta bem esse abraço. Como eu gostaria de te poder ajudar a recolher todos os pedaços restantes das tuas batalhas! Tens a força dos raios de sol que é capaz de iluminar toda a escuridão que possa surgir... Enfrentas o mundo com o teu sorriso e derrotas todos os inimigos com esse brilhozinho nos olhos, sempre com vontade de ir mais além... É isso que admiro em ti! Nem sempre o nosso chão é seguro, mas no fim consegues sempre erguer a tua armadura dourada...
Por ti sou capaz de ir até ao fim do mundo...
Para ti deixo uma estrela *... ela vai estar sempre no teu céu e, quando te sentires perdida e só olha para ela... vai guiar-te quando anoitecer!
Quero-te ver bem meu amor, por isso melhora rapidamente! Não me esqueço de ti nunca!
Uma última vez te acaricio os cabelos e com um beijo cheio de força de boa noite eu me despeço... Dorme bem Leninha!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sorriso audível das folhas

Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.
Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?

Fernando Pessoa

domingo, 26 de abril de 2009

Chuva

O que é ser feliz?
Só hoje senti as gotas da chuva unirem-se às lágrimas que me correm no rosto. Hoje nem um sorriso me bastaria para acalmar a madrugada fria que há dentro de mim... Afinal o mundo não é como nos sonhos, é um chão que se abre e que me vai transformando em mil pedaços. Onde pára o brilho que não deixa morrer aquilo que somos?
Não tenho forças para seguir a luz do sol, é brilhante demais para mim... Hoje descobri que nunca o conseguirei alcançar. A saudade vai-se apoderando daquilo que resta desta alma perdida e a água da chuva inunda novamente a minha face, tudo é fundo e nada perto. Nem sempre o tempo cura qualquer dor, acalma mas nao cura.
Eu não sei nada do que sou, mas sei tanto do que muda quando estamos sós.
Levanto os olhos do chão e tudo me parece tão longe, sem rumo definido. É tão fácil desistir, e tão difícil mudar os ventos! Agora, vejo a distância que existe entre o sonho e a realidade. O tempo vai voando como aviões de papel e nada muda, não há gestos que me mostrem a outra margem de mim...
Passo a passo vou chegando a lado nenhum.
Afinal o que é ser feliz?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Refúgio

Trancada neste quarto, iluminada apenas pela vela que se consome, vejo que o mundo afinal não tem tanto brilho e o nada prevalece mais que o tudo... Descalça, caminho neste chão onde muitas lágrimas já cairam. Raiva, ódio, amor e mesmo solidão já passaram por aqui. Saudade e revolta habitam agora nestas quatro paredes, sendo por vezes difícil respirar com elas. Quero gritar e não tenho força para o fazer, o meu choro é abafado pela chuva que cai intensamente lá fora. Está frio e a lua deixou de brilhar por aqui... Hoje não quero sorrir, hoje quero sofrer por mim mesma, não quero pensar em nada, quero ficar só comigo, perder-me apenas no silêncio.
É aqui que tenho os sonhos mais incriveis e onde choro pelo confronto com a realidade.
Tenho saudades do ontem, saudades da felicidade que outrora trazia no bolso. Este casulo começa a ser grande demais para mim, apesar das memórias que aqui tenho guardadas. Olho-me nos olhos e, no mais profundo, vejo uma réstea de esperança de que a utopia da perfeição se torne real. Porém, volto a olhar para a janela e a esperança vai-se.
Tenho medo deste mundo, medo de querer concretizar o impossível, medo de sair deste meu refúgio que tão bem me protege... Hoje nem a vela deixa de derreter.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Antes da Escuridão

"São tantas batalhas, é tão funda a dor
São tantas imagens de abandono e desamores
Há gente caída no chão
Sem ninguém que os abrace, sem ninguém que os levasse
Antes da escuridão
Então desenho o teu corpo em mim
A forma da tua mão em mim
Pudesse ser essa a forma do mundo inteiro
Acordo só para te ver dormir, assim, em paz
São tantos os medos calados por dentro
Estilhaços de guerra sem luar nem vento
Cravados tão fundo no peito
Sem ninguém que os arranque, sem ninguém que estanque
O mal que foi feito
São tantos olhares de espanto vazios
E é tanto escuro e faz tanto frio
Há gente caída no chão
Sem ninguém que os abrasse, sem ninguém que os
levasse
Antes da escuridão
Então desenho o teu corpo em mim
A forma da tua mão em mim
Pudesse ser essa a forma do mundo inteiro
Acordo só para te ver dormir, assim, em paz
Então desenho o teu corpo em mim
A forma da tua mão em mim
Assim, em paz!"


Mafalda Veiga

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Um pouco de céu

O meu coração não tem cor... Cada olhar virado para ele é um pouco mais de... nada! Enfrentando o girar do mundo, vai procurando, um a um, os pigmentos que o fazem brilhar no escuro. Abraços amargos e palavras soltas vai encontrando no caminho, mas ainda assim continua a andar com toda a sua determinação! Farta de ouvir as frases banais, parto em busca dos tons do arco-íris. Não sei o motivo para ir, só sei que não posso ficar! A brisa do mar cheira a magnólia, e eu sinto-me cada vez mais apta para dançar e rodopiar com o vento que vai levando a minha dor. A noite brilha sobre mim e eu descanso num barquinho de papel que flutua no mar do sentimento, onde vou encontrando muitos corações iguais ao meu... Dispo o cansaço e recomeço mais uma vez, sempre com o sorriso que me protege do frio. Eu quero ser tudo, quero percorrer o mundo num segundo, quero beber da fonte das emoções, quero voar para longe deste mundo, para longe destas estrelas que precisam do reflexo do sol para brilhar, quero voar para um lugar que espera por mim... ou então não... quero mudar o mundo, tal como toda a gente faz a sua Primavera!
Agora sou guerra, mas procuro a paz, agora sou deserto, mas procuro o oceano...Sempre tão longe e tão perto!
Esta ânsia de chegar ao céu, sempre cada vez mais forte, faz-me esquecer todas as pedras que me tatuaram e, pintando a alma com todas as cores que já tenho, vou percebendo o encanto da vida... Descubro qualquer coisa a nascer bem no fundo de mim, descubro a força de vencer que faz despertar todos os pigmentos de luz que procuro e que voam como pétalas de rosas ao sabor do vento.
Só hoje deixei de tentar erguer os planos de sempre, bastando-me agora as asas que ganhei para sair deste chão.

sábado, 7 de março de 2009

O Renascimento


Mais uma vez está tudo bem por alguns momentos. Desta vez continua tudo bem, ou não. É um simples não querer saber daquilo que vai mal... a vida vai descarrilando silenciosamente, fazendo parecer que não se passa nada até que cai mesmo, magoando-se a si própria, fazendo golpes muito profundos que custam a sarar. Aí olho para o espelho que a noite me traz e vejo uma pessoa completamente diferente daquela que algum dia fui. De olhos fechados consigo afastar tudo o que conquistei até ao momento e ponho em risco a felicidade que sei que um dia vou ter. A lua deixa de me sorrir e as estrelas chegam mesmo a fugir para não verem o estado de descontrolo... Existe, neste momento uma grande necessidade de crescer, de adquirir uma visão muito mais abrangente daquela que o meu corpo possui, quero alargar os meus horizontes sem magoar ninguém e muito menos a mim mesma, pois essas feridas são as que marcam mais a alma! O dia do renascimento finalmente chegou! Chegou o dia em que vou esquecer que a parte obscura de mim existe e em que vou iluminar sempre mais e mais a vida até chegar à paz de espírito. A resposta a todas as nossas dúvidas é simples: deixar correr a vida, aproveitando todos os momentos ao máximo, mas sem abusar dela, pois ela também nos prega partidas com o fim de nos educar para que um dia possamos ser alguém!

É aqui e neste momento que quero agradecer a todas as pessoas que de todas as maneiras ampararam as minhas quedas, sem voces era difícil de me levantar e seguir em frente, sei que de alguma maneira abusei de voces, mas sem elas hoje ainda não teria aprendido sobre os perigos que às vezes se aproximam de nós! Sinceramente, muito obrigado!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Causas, efeitos secundários e soluções possíveis derivados do consumo de álcool (para decorar):

01. Sintoma: Pés húmidos e frios.
Causa: Estás a agarrar o copo com um ângulo incorrecto.
Solução: Vai virando o copo até a parte aberta ficar virada para cima

02. Sintoma: Pés quentes e molhados.
Causa: Já te mijaste.
Solução: Procura a casa de banho mais próxima e seca-te.

03. Sintoma: A parede à tua frente está cheia de luzes.
Causa: Caíste de costas.
Solução: Posiciona o teu corpo 90º em relação ao chão.

04. Sintoma: Tens a boca cheia de beatas de cigarros.
Causa: Caíste com a fronha dentro do cinzeiro.
Solução: Cospe e enxagua com um bom gin tónico.

05. Sintoma: O chão está desfocado.
Causa: Estás a olhar através de um copo vazio.
Solução: Enche o copo!!!

06. Sintoma: O chão está a mexer-se.
Causa: Estás a ser arrastado.
Solução: Pergunta ao menos para onde é que te estão a levar, caso seja para outro bar está tudo bem, no caso contrário, manifesta-te!

07. Sintoma: Ouves as pessoas a falar com um estranho eco.
Causa: Tens o copo na orelha.
Solução: Pára de te armar em parvo.

09. Sintoma: A discoteca mexe-se muito, toda a gente está vestida de branco e a música já começa a ser repetitiva.
Causa: Estás numa ambulância.
Solução: Não te mexas; possível coma alcoólico.

10. Sintoma: O teu pai parece chateado e os teus irmãos olham para ti como se não soubessem quem tu és.
Causa: Ups! Casa Errada!!!
Solução: Pergunta se sabem onde fica a tua.

11. Sintoma: Um enorme foco de luz da discoteca quase te deixa cego.
Causa: Estás a arrochar no meio da rua e já amanheceu.
Solução: Café e uma boa sorna.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

As paragens da vida

Apesar dos dias cinzentos e sem luz que têm nascido, tenho passado por eles como se cheios de luz tivessem desabrochado. Neste momento vejo que os dias não têm que ser sempre cinzentos... podemos sempre acrescentar-lhe mais e mais cor. Porque a vida é como se fosse uma viagem... cada paragem é diferente das outras, às vezes parecidas mas nunca totalmente iguais! Há aquelas que parecem desertos, onde se vêem apenas restos de amor e solidão, onde as pessoas esperam de olhar vazio e nem sequer o girar do mundo as espanta. Para elas os dias são todos iguais, na ilusão o tempo passa por elas com toda a calma, o riso não lhes pertence, tal como lhes foi prometido e os sonhos habitam em campos escondidos.
Noutras existe uma enorme floresta de sentimentos, onde a gente se encruzilha só para sentir o sabor da vida, onde a gente se entrega alucinadamente, caindo vezes sem conta do seu sexto sentido. Essa gente é capaz de esquecer a mágoa, mesmo quando a vida muda o seu rumo. Os dias passam repentinamente e as pessoas dessas paragens, loucas e emaranhadas no mundo, prendem-se a cada gesto, ficando só com aquilo que faz bem guardar.
Pela janela consegue-se ver como cada um segue o seu caminho, protegendo o que a vida tem para oferecer com um sorriso na cara. Aqui os sonhos estão ancorados nas pessoas que não se contentam apenas com aquilo que resta. Elas esperam de olhos fechados, imaginando as imagens que qualquer outro lugar as espera.
Quando conseguimos ver a vida a correr, sentados numa bancada, conseguimos ver que não vale a pena ir por portas que levam ao vazio, a lugares perdidos. Podemos simplesmente ficar em nós próprios, pois o tempo faz doer e sempre podemos aproveitar a esperança que resta e torná-la na luz que dá cor à nossa alma, fazendo-nos chegar, com um brilhozinho nos olhos, onde só chega quem não tem receio de ficar pelo caminho, porque a vida não pára!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nostalgia da vida


Hoje sinto.me leve... leve que nem uma pena! Pensei no porquê de ter acordado assim e cheguei à conclusão que tive um sonho maravilhoso. Descobri que aquele é o lugar e o tempo certos de que eu preciso para me refugiar de vez em quando.

Sonhei com uma menina de vestido branco e malmequeres no cabelo, andando de baloiço. Olhando para todos os lados eu via o tranquilo azul do céu, o pacífico verde da erva, o macio dourado dos cabelos que se confundia com os raios luminosos do sol e o confortante branco do vestido. No ar pairava o cheiro das flores e o som de gargalhadas de crianças. Essa menina pensava bastante nas coisas pequenas, o que fazia a vida grande e não mudava nada sobre ela. Esse era o melhor sentimento... Era uma inocência tão brilhante, um momento tão perfeito que eu só desejava que permanecesse para sempre! Um lugar tão seguro e... desobstruído! Uma sensação de calma que me fazia pensar que era ali que eu pertencia e que era a pessoa mais feliz! Não mudaria nada na minha vida... e, volto a repetir, era o melhor sentimento! Um estado de alegria que só se vive mesmo em sonhos, uma felicidade tao pura no interior que até faz chorar! Aquele menina era eu... era eu quando dava importância apenas às coisas mais pequenas da vida e sorria nos muitos momentos que me faziam feliz. Aiii quem me dera poder regressar à minha infância! Era tão feliz! De vez em quando sinto que estou parada numa ponte, esperando por alguém no escuro. Não há nada para além da chuva, não há pegadas e nem consigo ouvir sequer um único som... Não há ninguém que venha ao meu encontro, nem ninguém que me leve a casa. É uma noite maldita e fria, na qual estou a tentar decifrar a vida, perguntando.me a mim mesma o porquê de ninguém me levar a um sítio novo... Preciso de encontrar um lugar, talvez como o da menina no baloiço, porque na vida "dos grandes" nem tudo corre bem... Preciso de encontrar um rosto, porque na vida real ninguém gosta de ficar só. Porque é que ninguém me procura? Na vida real é tudo tão confuso...

Pelo menos hoje vou tentar converter essa noite escura num lindo dia de sol, trocando a ponte pelo baloiço e dando gargalhadas que nem crianças para quebrar o silêncio profundo que se faz sentir... pode ser que assim alguém me oiça e me venha buscar para me mostrar que o mundo real não tem que ser a preto e branco.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009




Morte à Semiótica :D

Alunos do primeiro ano de C.C....
Vamos imaginar que estamos numa festa de final de semestre... O que é que cantaríamos??? Alguém sabe??? Aceitam.se propostas... LOL
Aqui vai a minha...
"Morte à Semiótica, a Semiótica vai morrer!"...
vá só mais uma vez que eu adoro cantar esta versão xD "Morte à Semiótica, a Semiótica vai morrer!"...
As propostas continuam em aberto! :D

"Vai aonde te leva o coraçao"

"Quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de seguir não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar, fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coraçao. Quando ele te falar, levanta-te e vai para onde ele te levar!"
"Só a dor faz crescer,..., mas a dor deve ser enfrentada cara a cara, quem foge ou se compadece de si próprio está destinado a perder!"
Susana Tamaro, "Vai aonde te leva o coraçao"

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Pros amigos não dizerem que me esqueço deles...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Joke está connosco!

Caros irmãos de Ciências da Comunicação e ubianos... era so para avisar que logo vão ver a Joke entre nós! Quem tiver assim com muita curiosidade em conhecê.la, não se preocupe porque de certeza que vai dar por ela, já que é uma amiga que nao é muito discreta!
A Joke está connosco! ALELUIA IRMÃOS! xD

A melhor banda :D

http://www.youtube.com/watch?v=qI8I6qcxWyU

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Alguém que indique o caminho?


É nas noites escuras e sombrias que penso nas saudades que sinto por alguém que já fora importante. Não precisa de ser da pessoa que amo. Às vezes é, outras vezes não... Foram tempos muito bons na minha vida e, por vezes, sinto necessidade de lá voltar. Não é preciso sentir aquele friozinho na barriga para se sentir saudades do passado, apenas se tem! E eu não sei o porquê...
E é assim que de vez em quando me apanho a rever as velhas recordações, porque não passam disso mesmo, de velhas recordações! Nelas vejo os pequenos momentos que, por instantes me tornavam muito feliz.
É desta forma que acabo por me fechar numa espécie de castelo com muralhas à volta, das quais não consigo sair... Assim, em vez de evitar magoar.me, sofro e ainda faço sofrer! Parece que só consigo ser feliz por breves breves momentos...não consigo alcançar a felicidade plena! Mas serei a única a quem lhe acontece isto? Ou será que a felicidade é ser infeliz e de vez em quando ter uns momentos de felicidade? Eu ja fui feliz e tive uns momentos de infelicidade, por isso deve ser mesmo de mim... Mas é com as marcas que aprendemos a viver!
Estou farta de andar perdida nas ruas da solidão. Mas sei que, por aí algures, existe uma ruela que dê para a felicidade, tem que hever... mas onde? Preciso de encontrar o ingrediente secreto que torne a vida mais saborosa, de descobrir o pote de ouro que dizem estar no fim do arco-íris para lhe dar mais cor, de poder inventar a máquina que, com um clicar no botão, nos tornamos felizes, quero encontrar algo que dê sentido a esta vida, porque por mais nova e boa que seja, falta qualquer coisa... Preciso do sol que me ilumine de novo o caminho certo, de alguém que cuide de mim... Mas é exactamente essa a questão que paira na minha cabeça há precisamente um ano... Será que existe alguém que esteja disposto a isso? Durante muito tempo, tive sempre um alguém que o fizesse, mas as coisas mudam sempre e eu não as consigo acompanhar a seu tempo... Pensei que tivesse encontrado de novo alguém assim... Mas as coisas mudam!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Como diria o Rei...

"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, riu-me do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivos. Tenho um sorriso confiante que às vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles a quem o digo, e irrito-me de forma inexplicável quando não têm fé nas minhas palavras. Nem sempre ponho em prática aquilo que eu julgo certo. São poucas as pessoas pra quem eu me explico..."